Hélder Rodrigues pode fazer história nas "motos"

O "motard" Hélder Rodrigues lidera a esperanças lusas no rali todo-o-terreno Dakar 2013, que arranca no sábado no Peru e terá passagem pela Argentina e Chile, enquanto Carlos Sousa é o único português nos automóveis.
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De regresso à Honda, marca que representou no início da sua carreira, Hélder Rodrigues, campeão mundial em 2011 e terceiro classificado no Dakar no ano passado, assumiu o objetivo de conquistar pela primeira vez a prova, hipótese que ganhou força com a desistência do espanhol Marc Coma, vencedor em 2006, 2009 e 2011.

"Quero fazer melhor do que o ano passado e melhor do que no ano passado é lutar pela vitória e pelo título. Este ano tenho uma equipa com 40, 50 pessoas a trabalhar e vou ter 30 com uma logística completamente diferente. Tenho condições para manter o treino e a preparação", afirmou Helder Rodrigues à agência Lusa, antes da sua sétima presença do Dakar.

Para se tornar no primeiro português a vencer a mítica prova, Hélder Rodrigues, de 33 anos, terá de superar o principal favorito e atual campeão, o francês Cyril Despres, que mais uma vez será apoiado pelo luso Ruben Faria, seu colega na KTM.

"Um excelente resultado é o Despres vencer e eu conseguir acabar no grupo dos cinco primeiros. No ano passado, estive perto do quinto lugar e do meu melhor resultado de sempre, mas perdi muito tempo nas penalizações. Este ano tenho de ter alguma atenção a isso", disse o piloto de 38 anos, que foi oitavo classificado em 2011.

Nas pistas e no deserto sul-americano vão também repetir presença, ambos com uma Husqvarna, Paulo Gonçalves, que foi 26.º no ano passado, e Pedro Bianchi Prata, 42.º da geral em 2012 e que este ano esteve em risco de falhar a participação devido a falta de financiamento.

O estreante Mário Patrão, campeão Nacional, fecha a armada de "motards" portugueses no Dakar, com uma Suzuki vai enfrentar o "maior desafio" da sua carreira aos 36 anos.

"No último ano tenho feito uma preparação física específica, essencialmente resistência. A navegação, por ser o campo em que mais preciso de evoluir, tem sido um dos principais alvos do meu treino. Esta é a minha primeira vez no Dakar, o meu grande objetivo é terminar a prova. Quero ficar o mais bem classificado possível, mas focado em terminar", afirmou o piloto de Seia.

Nos carros, Carlos Sousa, que desta vez terá a companhia do navegador Miguel Ramalho, volta a ser a única representação lusa, novamente com o Haval SUV da equipa chinesa Great Wall.

O "veterano" Sousa vai somar a sua 14.ª participação no Dakar, depois de ter sido sexto no ano passado, já com a marca asiática, e de ter alcançado o seu melhor resultado há uma década, quando foi o quarto classificado no Dakar2003, ainda em terras africanas.

"Temos de ser realistas e assumir que 2013 poderá constituir um retrocesso em termos de classificação geral. Vamos num carro sem qualquer tipo de evolução ou desenvolvimento face ao ano passado e que inclusivamente perdeu em performance. Com efeito, as novas regras obrigam-nos agora a utilizar um motor de série que nos penaliza fortemente em velocidade de ponta", lamentou Carlos Sousa, que completará 47 anos em plena competição.

No Dakar 2013, que arranca a 5 de janeiro, em Lima, e termina a 19, em Santiago do Chile, com passagem pela Argentina, estão inscritos 459 veículos, dos quais 189 motos, 155 carros, 75 camiões e 40 "quads", com pilotos que 53 nacionalidades.

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